terça-feira, janeiro 09, 2007

A Rua Seguinte

O bar havia fechado e outro vez a promessa não seria cumprida. A sede do corpo e da mente pelo esquecimento e desejo guiava suas pernas para o predio da rua seguinte, onde sempre sabia o que o esperava.
Lá se iam 8 cervejas e 2 anestesias em sua mente, e desde sua separação, perambulava pelas ruas e bares, procurando algo que talvez jamais encontrasse novamente. O ritual se repetia. Como possuia a chave da porta, abria de imediato pra não ser fazer notado, subia em passos silenciosos as escadas a fim de seu destino,que na verdade, não sabia se era bom ou ruim...
Rubia abria a porta numa tensão abalada pela vontade que era evidente no seu jeito de olha-lo. Mau abria e já se lançava em seus beijos, ela , naquela descoberta durante os 19 anos anos casada, espancada e humilhada por seu marido velho, que trabalhava viajando pelo interior do nordeste, se entregava a todos os instintos carnais de Duhal.
Ele falava pouco e sempre quando o fazia, pedia que ela o servisse outra cerveja, ou outra dose de whsiky. A mulher voltada a seus caprichos, se colocava a beija-lo, descendo a boca pelo seu corpo ate encontrar o que tanto a satisfazia.
Num misto de desejo, frustração e lembranças, Duhal se embebedava com mais um gole de alcool, observando-a voraz e faminta no meio de suas pernas. Ele lembrava da sua ex – vida, das utopias e sonhos que ficaram enterrados num passado não tao distante. Ela se levantava e tirava devagar a camisola, rebolava na sua cara e arrancava sua calcinha num convite inegavel. Feito um bicho, ele a jogava no colchão de forma brusca, ficava perto de seu rosto e tentava se desligar das suas mazelas da única maneira que realmente o aliviava um pouco das desesperanças.
Depois de coloca-la de 4 , em cima , de lado, no chuveiro, de afogar sua boca naquele sexo sempre molhado e vivo, de lamber e sugar toda intimidade daquela mulher e de gozar intensamente toda luxuria que lhe invadira, ele observava a cidade pela varanda do apartamento.
Ela vinha com mais uma bebida, mais um beijo (que pra ele era vazio), mais um afago e um sorriso, enquanto seus pensamentos iam distantes , numa condenação que beirava um desatino e uma decisao mais absurda.
Duhal tomava um banho demorado e quente. Limpava seu corpo de um nojo de si mesmo ,surgido cada vez que toda ma sorte do mundo desabava sobre sua consciencia tao direta. Ele queria sair do mundo de vez, queria acordar de uma realidade brutal, queria poder saber que tudo aquilo que era a desgraça de sua historia fizesse parte de um mundo irreal, imaginario, onde sempre existe aquela esperança de ano novo...
Eram tres e meia da manha. Duhal abria a porta e tentava ir embora rapido. Ele não queria saber que mais uma vez, a promessa não foi cumprida, e que o mundo já tinha decretado a sua crua sentença de viver perdido, perambulando e louco!!!!

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Filme na madrugada. Disco velho. Livro empoeirado. Caixa fechada. Coração trancado. Monossilabo. Plural. Só. Viajante . Caseiro.