quarta-feira, março 07, 2007

Olhos Desesperados




Não é este papel branco
Esse pedaço de vazio frio
Essa fogueira ardente
Que tem sombra de inferno!

Não é outro calado
Imóvel ali estático
Não é agressão covarde
Do fardo carregado confuso!

Não são as horas do vento repentino
Não é o pranto que corre
Com desgraça solta na face
Na manhã que nunca chega!!

Não é o atento – alerta
Com morte irrigando as veias!
A morbidez em sentido fixo
Verdadeiro amor das mazelas!

Não é o sorriso forçado
Nos bancos e bancas de jornais
Não é a cortesia falsa, a simpatia torta!
Não é fantasia de carnaval!

Não é a falta de amor
Nem a paulada no crânio inocente
Não é a psicose em vírus
Nem é o espanto do mundo!

Não é a febre surpresa
Nem o habitante voraz
Nem a agonia do infeliz
São apenas olhos desesperados!

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Filme na madrugada. Disco velho. Livro empoeirado. Caixa fechada. Coração trancado. Monossilabo. Plural. Só. Viajante . Caseiro.