Prisão dos Loucos
Daqui de dentro da prisão vejo o desfile dos loucos! Existem loucos de todas as especies , porem os que mais me abominam por me assustar tanto são os velhos loucos! A maneira que eles andam se arrastando, a curvatura quase lapidal e o olhar amargo embalado em passos lentos traz uma cena triste de um filme triste. Daqui de dentro da prisão observo também a loucura feliz! A loucura que ainda não se deu conta da lado negro! Essas são as crianças esfuziantes que correm pra la e pra cá, bem defronte a minha visão. Bailam como passarinhos em poças dagua, sorriem alto e deixam um rastro de gotas de sorvete por onde quer que passam.
Eis que surge também a loucura do amor! O amor! Os casais apaixonados que dividem o refrigerante e andam com o sonho conjunto estampado em sorrisos e gracejos. Parecem sair duma novela feliz, onde toda a cor do mundo cabe no espaço do próximo beijo, da proxima viagem, do proximo destino...
Vejo tambem daqui do meu anti-mundo os solitarios... O jeito apressado e afobado com que andam não esconde o abismo que os carrega. Tem um olhar cabisbaixo, uma vontade de ter uma leveza que não se aplica mais... o tempo corroeu sua naturalidade e agora somente as sombras e a música baixa pode dar-lhes as mãos. Se afundam em video-game e em cigarros fatais. Dormem cedo por temer o que a madrugada pode desprender de seus cerebros doentios.
Daqui da minha prisão vejo também o outro eu. Aquele que queria ser livre, voar embriagado , pintar o quadro dos caminhos da vida e das vontades. Vejo o outro eu que sorri também feito louco, espera a proxima chance e paga pra ver o que esta guardado no paraiso escondido da vida.
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